quinta-feira, 26 de maio de 2011

Sem teto exigem moradia digna em protesto na prefeitura de Porto Alegre

Raquel Casiraghi - GT Comunicação

Famílias ligadas ao MNLM (Movimento Nacional de Luta pela Moradia) protestaram nesta quinta-feira (26) em frente à prefeitura de Porto Alegre. Elas querem se reunir com representantes da prefeitura para tratar da situação precária de loteamentos populares nos bairros Restinga e Lami, na Zona Sul da Capital.

Segundo relatos de lideranças, cerca de 48 famílias ainda prosseguem vivendo sem água, luz e saneamento básico em um loteamento no Lami. A situação era para ser temporária, mas já perdura há seis anos. “As famílias só têm luz elétrica porque foram feitos ‘gatos’ na rede, mas a luz vive caindo, podendo estragar aparelhos eletrônicos e domésticos. Só há um banheiro; todas as famílias têm que dividi-lo”, contou Rosana.

Já na Restinga, o problema está na cobrança, feita pela empresa Auxiliadora Predial, da administração de um condomínio construído pelo programa Minha Casa, Minha Vida a famílias carentes com renda de até três salários mínimos. De acordo com Rosana, o condomínio e as taxas chegam a R$ 300,00 mensais, um custo pesado. O valor é mais alto do que o próprio financiamento subsidiado do apartamento que as famílias já têm que pagar pelo programa. “Queremos que a prefeitura desfaça esse acordo com a Auxiliadora Predial”, afirmou Rosana. Este condomínio é destinado a 150 famílias.

As reivindicações dos moradores na Restinga:

- Que as famílias possam pagar apenas a taxa mínima de água e luz;

- Construção de equipamentos necessários, como a imediata construção da creche anunciada pelo Prefeito localizada na Edgar Pires de Castro; atendimento com uma linha de transporte que atenda o loteamento Recanto do Guerreiro; instalação de um equipamento de produção de alimentos;

- Quitação da dívida do Município de Porto Alegre de 1 milhão de reais conquistados no  Orçamento Participativo- Região Restinga;

- Inclusão das famílias da Restinga organizadas no MNLM nos novos empreendimentos.

A Copa de 2014 é aqui. E nós, para onde vamos?

Outra reivindicação dos manifestantes envolve a Ocupação 20 de Novembro, que fica em uma área pública nas imediações do Estádio Beira-Rio, na avenida Padre Cacique. As famílias serão removidas do local devido à expansão do estádio para a Copa do Mundo de 2014, mas não se sabe para onde.

As famílias já vivem provisoriamente no local há 4 anos. Para viabilizar as obras para a Copa, a prefeitura doou para o time de futebol Internacional a àrea em que elas residem. As obras já cercam o local, mas até o momento a prefeitura não apresentou nenhuma proposta de reassentamento.

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