sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Plenária Nacional dos Comitês Populares da Copa e das Olimpíadas acontece em Brasília neste fim de semana


Neste fim de semana (dias 27 e 28/8) será realizada, em Brasília, uma Plenária Nacional dos Comitês Populares da Copa e das Olimpíadas. O objetivo do encontro é reunir representantes dos Comitês Populares das cidades-sede, pessoas e organizações interessadas no tema, a fim de fortalecer a articulação e suas ações.

A Plenária acontecerá no Centro Cultural Brasília, com início às 9h do sábado. Segue abaixo a programação e os contatos da organização do evento para quem quiser mais informações.

Sábado: dia 27

9:00 – chegada
9:30 – Debate – A formação do Estado de Exceção para e após os megaeventos
11:00 – Informe dos Comitês Populares locais
12:30 – Almoço
14:00 - O sentido estratégico da luta contra os impactos excludentes dos megaeventos
14:30 – Trabalho em grupos
15:30 – Plenária de apresentação dos trabalhos em grupos
17:45 – Apresentação do Portal da Copa e Olimpíadas elaborado pelo IPPUR
18:30 – Encerramento do dia.

Domingo: dia 28

9:00 – Apresentação da síntese do dia anterior
9:30 – Trabalho em grupo
10:30 – Plenária de apresentação dos trabalhos dos grupos
10:45 – Debate e encaminhamentos a partir das indicações dos grupos
12:30 – Almoço
13:45 – Definição da organicidade da Rede Megaeventos – Articulação Nacional
16:00 – encerramento

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Futuro de Ricardo Teixeira será decidido na Procuradoria Geral da República

Roberto Pereira de Souza - UOL

Procurador Geral da República, Roberto Gurgel  
O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, tem uma importante missão pela frente: ler e analisar uma representação criminal contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que também preside o Comitê Organizador da Copa-2014.  O pedido de investigação foi assinado por  Marcos Pereira, dirigente do Partido Republicano Brasileiro (PRB) e professor de Direito Penal. Se a investigação for aberta, o processo por corrupção na Fifa que cita João Havelange e Ricardo Teixeira pode ser enviado ao Brasil, para ajudar nas apurações.

Faz mais de 40 dias que o pedido foi protocolado com número 004689/11 na PGR, do Distrito Federal. Gurgel decidirá se as alegações de Marcos Pereira são consistentes e, em caso positivo, deverá encaminhar a investigação para o Ministério Público do Rio de Janeiro, sede da CBF e da residência de Teixeira.
Fontes ligadas à PGR argumentam que o caso deve ser encaminhado ao Rio de Janeiro e os procuradores regionais decidiriam pela abertura de uma investigação ou pelo arquivamento. “Tudo depende da solidez da denúncia e das provas juntadas”, explicou um assistente da PGR.

Ricardo Teixeira, presidente da Fifa
O pior dilema para Teixeira, que vive uma espécie de inferno astral nesses três anos que restam até a Copa-2014, é a possibilidade de o Ministério Público Federal pedir à Justiça Suíça documentos que comprovariam o recebimento de suborno tanto do presidente da CBF quanto de seu ex-sogro e fonte inspiradora, João Havelange.

Essa documentação que trata de corrupção no futebol mundial colocou a Fifa nas páginas policiais e gerou um documentário produzido pelo escritor e jornalista Andrew Jennings, para a rede BBC, de Londres. O material de Jennings foi republicado no Brasil e a rede Record acabou produzindo uma série com todas as denúncias contra Ricardo Teixeira e suas empresas.

No ultimo dia 13,  o Jornal Nacional também levou ao ar uma reportagem sobre mais uma investigação policial contra Teixeira. Trata-se de um pagamento efetuado a uma empresa recém-formada por serviços prestados ao Governo de Brasília, antes de o governador José Roberto Arruda ser cassado. O serviço seria o apoio à seleção brasileia em um amistoso contra Portugal, em 2008. A empresa recebeu R$ 9 milhões e o caso levou policiais de Brasília ao Rio de Janeiro para uma operação de busca e apreensão na sede da suposta empresa de marketing, a Ailian to Marketing.

Comitê pede apoio à CPI das Remoções na Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Assista uma compilação de diversos vídeos, alguns inéditos, sobre os processos de remoção de comunidades pobres pela Prefeitura do Rio de Janeiro. As imagens não deixam dúvida de que a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito é uma necessidade imediata. Não se trata apenas da questão social da Cidade, ou da moradia para os mais pobres. O que está em jogo é o próprio Estado Democrático de Direito.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Comitê realiza marcha contra a Copa-negócio em Curitiba



O Comitê Popular de Curitiba para a Copa de 2014 foi lançado oficialmente neste sábado (20), com o objetivo de mobilizar a sociedade em prol da transparência nos investimentos nas obras dos eventos esportivos. Participam do comitê representantes de sindicatos, movimentos sociais, organizações de direitos humanos e de universidades.

Os manifestantes se concentraram na Praça Santos Andrade, no centro da capital paranaense, para chamar a atenção da população. Eles também realizaram a Marcha contra a Copa-negócio, que percorreu a rua XV de Novembro, até a Boca Maldita.

Um dos membros do comitê, Thiago Hoshino, enumera assuntos que devem ser discutidos em relação à Copa do Mundo no Brasil. Ele também destaca os pontos negativos do mundial em Curitiba.

Veja o Vídeo: http://cgn.uol.com.br/noticia/1615/copa-2014-manifestantes-exigem-transparencia-nos-investimentos

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Raquel Rolnik: “Moradia digna é um direito humano, andar de avião, não”

Marco Aurélio Weissheimer, do Blog RS Urgente

Um legado socioambiental está longe de ser consolidado em Porto Alegre com as obras para a Copa do Mundo de 2014, já que na maioria dos casos há apenas projetos anunciados pela prefeitura e pelo governo estadual. A construção de um legado não se apresenta como a questão mais importante e ainda se mostra uma questão secundária. A avaliação é de Raquel Rolnik, relatora especial da ONU para o direito à moradia adequada, que veio a Porto Alegre conhecer de perto a realidade das comunidades atingidas pelas obras da Copa. A capital gaúcha, disse Rolnik, ainda tem a chance de criar modelos de modernização da cidade que sirvam de exemplo para o Brasil.

Para a relatora da ONU, a disponibilidade de recursos para a Copa do Mundo poderia resultar no cumprimento de propostas históricas como a regularização e urbanização das comunidades, mas está ocorrendo uma inversão de prioridades. “As intervenções da Copa do Mundo estão diretamente ligadas à execução do evento em si: chegar do aeroporto ao estádio, chegar do aeroporto aos hotéis e dos hotéis ao estádio. Essa é a agenda e não de construção de um legado socioambiental”, criticou.

Raquel Rolnik citou o exemplo da ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho, que resultou na remoção das famílias da Vila Dique, sem a finalização das novas moradias e sem a conclusão de escolas e postos de saúde. “Eu não vejo nenhum sentido da questão da moradia não ter a mesma importância da construção de um aeroporto. Direito à moradia se trata de um direito humano. Andar de avião não é um direito humano”, disse ainda a relatora.

O discurso de Romário sobre as desapropriações para a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil


O deputado Romário (PSB-RJ) fez o seguinte discurso na Câmara, em Brasília, nesta segunda-feira (22):
Senhor Presidente,

Nobres colegas,
Quem me conhece, quem acompanha minha atuação como parlamentar, sabe que eu, como milhões de brasileiros, estou na torcida para que o país realize da melhor maneira possível a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
É por isso, inclusive, que tenho demonstrado preocupação e cobrado publicamente explicações das autoridades para os atrasos nos preparativos para esses eventos.
Por outro lado, assim como vários colegas da Comissão de Turismo e Desporto, tenho procurado chamar a atenção para a necessidade de que esse processo seja conduzido com absoluta transparência, com espírito cívico, e também para que não deixemos em momento algum de ter em mente o legado desses eventos esportivos, isto é, o que vai ficar para a nossa população depois que o circo for embora.
Por isso, Senhor Presidente, é que venho acompanhando com apreensão as notícias sobre o modo como têm sido realizadas, em alguns casos, as desapropriações para a realização das obras. Há denúncias e queixas sobre falta de transparência, falta de diálogo e de negociação com as comunidades afetadas, no Rio de Janeiro e em diversas capitais.
Há denúncias também de truculência por parte dos agentes públicos.
Isso é inadmissível, Senhor Presidente, e penso que esta Casa precisa apurar essas informações, debater esse tema.
Não podemos nos omitir.
Diante desse quadro, nosso país foi objeto de um estudo das Nações Unidas, e a relatora especial daquela Organização chegou a sugerir que as desapropriações sejam interrompidas até que as autoridades garantam a devida transparência dessas negociações e ações de despejo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Vídeo da visita de Raquel Rolnik a Porto Alegre

A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à moradia adequada, Raquel Rolnik, esteve em Porto Alegre nos dias 18 e 19 de Agosto. Rolnik veio à convite do Comitê Popular da Copa para visitar comunidades atingidas pelas obras da Copa do Mundo de 2014 na Capital, a fim de averiguar casos de desrespeito aos direitos humanos e de moradia adequada destas populações.


  

As diferentes versões da visita de relatora da ONU a Porto Alegre


Cris Rodrigues - Blog Somos Andando

Para avaliar o andamento das obras da Copa do Mundo 2014 no Brasil, a relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à morafia adequada, Raquel Rolnik, esteve em Porto Alegre esta semana. Queres saber a que conclusão ela chegou? Escolhe a tua versão. Para descobrir o que a Prefeitura quer que tu penses, entra no site da Prefeitura (aqui e aqui), por óbvio, ou lê o Correio do Povo, que não foi além do release.

Se a opção for não saber nada, vale ler a Zero Hora (conteúdo segue abaixo porque está indisponível no site). Para conhecer os argumentos da urbanista baseados em exemplos concretos, que criticam o estado e o município ao mesmo tempo em que valorizam ações positivas na comparação com outras cidades-sede, a leitura indicada é o Jornal Sul21.

Começa, aliás, pelo tamanho da matéria e pelas fotos. Estas são todas do Ramiro Furquim, o fotógrafo do jornal eletrônico, em lugares diferentes, o que demonstra que a reportagem de fato acompanhou a presença da relatora. O tamanho não significa só perfil de escrita, mas normalmente quer dizer que o veículo considera o tema importante e que dedicou tempo e esforço para cobri-lo.

Um outro ponto importante a se considerar é a profundidade da notícia apresentada ao leitor. Fica absolutamente clara a diferença entre os veículos que adaptaram um release – ou nem isso, no caso da Zero Hora, embora tenha até assinatura de repórter – e os que efetivamente buscaram a notícia.

O Jornal do Comércio segue o caminho do Sul21, embora de forma um pouco mais resumida. Fica evidente que ao menos eles se esforçaram para compreender a avaliação da relatora em sua totalidade, sem fechar em apenas um ponto que mais interesse à linha editorial do jornal – que nem sempre é o que interessa à maioria dos cidadãos e cidadãs. A diferença entre buscar a notícia ou recebê-la pronta é o que chamamos de fazer jornalismo.

Zero Hora – 19 de agosto de 2011 | N° 16797

VISITA À CAPITAL

Olhar da ONU em obras de moradias

Relatora das Nações Unidas avalia infraestrutura de locais afetados por projetos da Copa do Mundo

Relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à moradia adequada, Raquel Rolnik está desde ontem em Porto Alegre para visitar locais afetados por obras relacionadas com a Copa do Mundo de 2014. Na primeira etapa do giro, que termina hoje, a urbanista identificou dois problemas: infraestrutura precária no local que abriga as famílias da antiga Vila Dique, com falta de posto de saúde e escola, e ruído na comunicação entre líderes comunitários, prefeitura e população.

As observações de Porto Alegre, somadas a de outras cidades como Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza, darão base para uma Carta de Alegações, documento que será encaminhado à Missão Permanente do Brasil junto à ONU, em Genebra, na Suíça. Raquel começou a avaliar Porto Alegre com base na visita pela Vila Nova Dique, que já recebeu cerca de 500 famílias vindas da área que dará lugar à ampliação do aeroporto Salgado Filho. Passou depois pela antiga Dique.

Ela irá hoje à Vila Tronco e ao Morro Santa Tereza. A urbanista acredita que a Tronco pode vir a ser um modelo de reassentamento, e aí está um alento. Em comparação com as cidades onde já esteve a trabalho [implicância da autora: será que a urbanista nunca tinha viajado a trabalho antes?], a relatora da ONU afirma que Porto Alegre trata melhor quem é afetado por obras da Copa:

- A situação aqui é melhor. Mas alguns temas se repetem, como a falta de informações (dos moradores).

Ela também escutou quem acha a situação melhor. Como uma cadeirante, instalada na nova casa. A relatora perguntou como estavam as coisas.

- É bem melhor do que lá (na antiga Dique) – respondeu a mulher.

Carlos Guilherme Ferreira

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Para relatora da ONU, legado da Copa ainda é secundário em Porto Alegre


Vivian Virissimo
Do Sul21


Em visita a Porto Alegre nesta quinta-feira (18) para conhecer a situação das comunidades que serão afetadas pelas obras da Copa do Mundo de 2014, a relatora especial das Nações Unidas para o direito à moradia, Raquel Rolnik, concluiu que um legado socioambiental está longe de ser consolidado em Porto Alegre, já que na maioria dos casos há apenas projetos anunciados pela prefeitura e pelo governo estadual. “A construção de um legado não se apresenta como a questão mais importante, ainda se mostra uma questão secundária”, disse a urbanista, ressalvando que Porto Alegre ainda tem a chance de criar modelos de modernização da cidade que sirvam de exemplo para o Brasil.

Raquel teve audiências com o prefeito José Fortunati e com o governador Tarso Genro, e conheceu a realidade das famílias da Vila Dique, removidas pela expansão do Aeroporto Salgado Filho, e da Ocupação 20 de novembro, que dará lugar ao complexo do Beira-Rio. Ao final do dia de trabalho, a urbanista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP conversou com os jornalistas em uma ocupação urbana transformada em moradia para dezenas de famílias, no centro da cidade.

Na avaliação de Raquel, a disponibilidade de recursos para a Copa do Mundo poderia resultar no cumprimento de propostas históricas como a regularização e urbanização das comunidades, mas há uma inversão de prioridades. “As intervenções da Copa do Mundo estão diretamente ligadas à execução do evento em si: chegar do aeroporto ao estádio, chegar do aeroporto aos hotéis e dos hotéis ao estádio. Essa é a agenda e não de construção de um legado socioambiental”, criticou.

Raquel afirmou que a ampliação do Aeroporto Salgado Filho, por exemplo, resultou na remoção das famílias da Vila Dique de forma irregular, sem a finalização das novas moradias e sem a conclusão de escolas e postos de saúde. “Eu não vejo nenhum sentido da questão da moradia não ter a mesma importância da construção de um aeroporto. Direito à moradia se trata de um direito humano. Andar de avião não é um direito humano”, defendeu a urbanista.



Raquel Rolnik criticou o processo de reassentamento das famílias para a Nova Vila Dique, sem a finalização de todas as moradias e sem a conclusão de escolas e postos de saúde | Foto: Ramiro Furquim/Sul21


Porto Alegre ainda tem uma chance


Mesmo considerando que o legado para as cidades ainda é uma questão em segundo plano, a relatora disse que a situação ainda pode ser revertida. “Ainda temos três anos, há tempo para uma agenda e uma pauta de construção de um legado socioambiental, mas a cidade e os cidadãos têm que despertar, mesmo porque não existe nenhum impedimento para que isso possa acontecer”, apontou.

Raquel Rolnik citou os exemplos do Morro Santa Tereza e da avenida Tronco, que dará acesso ao estádio Beira-Rio, como casos que podem resultar em projetos importantes para a cidade. A prefeitura projeta o reassentamento das famílias que moram na avenida Tronco nas imediações da comunidade, utilizando terrenos ociosos do local sem realocar as famílias em pontos isolados da cidade. O caso do Morro Santa Tereza, que é de propriedade do Estado, também poderá resultar num caso de regularização fundiária sem excluir os moradores pobres para outros locais da cidade. “Esses dois projetos jogam um paradigma para o Brasil e para o mundo de que as coisas não são excludentes. É possível fazer este evento de uma outra forma”, defendeu a urbanista, ressalvando que, por enquanto, há apenas anúncios por parte do poder público.



A relatora da ONU para o direito à moradia conversou com moradores da Nova Vila Dique, que deixaram as imediações do aeroporto para um loteamento em Porto Alegre | Foto: Ramiro Furquim/Sul21


“Se estas duas medidas forem efetivadas, será a oportunidade de Porto Alegre dizer para o Brasil e para o Mundo que aqui o modelo não é esse, que aqui o modelo é de construir um legado, melhor e includente, de uma cidade heterogênea, múltipla, que pode conviver distintos grupos sociais, inclusive na suas áreas mais valorizadas”, defendeu.


Raquel enfatizou que as construções na Copa são dominadas pelo capital corporativo e pelo segmento imobiliário, que transformam os aspectos centrais das cidades-sede, mas criam espaços excludentes. Segundo ela, é preciso construir uma plataforma que não é somente de moradia, mas de um legado socioambiental e de direitos humanos. “São várias agendas, vários atores que também podem se somar no sentido de garantir transparência e controle dos gastos públicos, direito à informação pública, controle social e a proteção dos direitos trabalhistas das obras, entre outras”.

Ela comparou Porto Alegre com outras cidades da Copa que já visitou enquanto relatora da ONU, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Fortaleza e considerou que a situação na capital gaúcha é diferente. “Aqui em Porto Alegre não vi famílias receberam cheque de 3 mil para sair dos locais, nem a pintura de casas de moradores sem nenhum tipo de comunicação prévia ou o caso de uma moradia que foi derrubada com a pessoa dentro pela máquina de uma empreiteira registrado no Rio de Janeiro”, exemplificou.




Raquel Rolnik esteve na ocupação 20 de Novembro, próxima ao estádio Beira-Rio, cujo complexo será ampliado | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Segundo Raquel, o que se assemelha em todas as cidades-sede é o caráter de desinformação das comunidades atingidas. “Alguns temas se repetem em todos os lugares, como por exemplo, a questão muito importante que é a informação. Mesmo tendo um diálogo da prefeitura com as lideranças, nem sempre a informação chega nas comunidades. Todos precisam ser informados.”


Raquel ressaltou a importância de que seja estabelecido um pacto federativo de comportamento em relação à Copa, envolvendo municípios, Estados e governo federal. Segundo ela, a iniciativa poderia partir do Rio Grande do Sul. “Porto Alegre é um lugar com tradição no processo de construção democrático participativo, por isso é uma cidade para sair na frente para trazer um protocolo mesmo não envolvendo o governo federal, contemplando as comunidades diretamente atingidas e as organizações de direitos humanos”, disse.

Em dezembro, a relatora encaminhou uma Carta de Alegação ao governo brasileiro com as denúncias de irregularidades apontadas em dossiês elaborados pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública. Segundo Raquel, até hoje o governo brasileiro não respondeu de forma satisfatória. Agora, a relatora deverá elaborar um segundo comunicado até o final de setembro, que será encaminhado novamente para o governo federal.

“Fifa é uma máquina de corrupção”


A representante das Nações Unidas afirmou ainda que existe um protocolo firmado entre governo federal e a FIFA, mas a relatoria não tem acesso ao documento. “A FIFA é uma caixa preta, um máquina de corrupção e de favorecimentos individuais e corporativos, isso não é a relatoria que está afirmando, está na imprensa internacional há vários meses”.





"O mais perigoso são os acordos paralelos que a Fifa faz com cada uma das cidades-sede, com suas prefeituras" | Foto: Ramiro Furquim/Sul21


“Começa a se constituir um Estado de exceção, a ideia de que em nome da Copa é possível passar em cima de direitos, de leis, e constitui uma espécie de Estado paralelo, um Estado de emergência que apenas diante de catástrofes e conflitos os países acabam decretando para que as coisas possam acontecer. É o que aconteceu na Africa do Sul, é o que começa a acontecer no Brasil através de decretos e medidas provisórias”, alertou.

“Mas o mais perigoso são os acordos paralelos que a Fifa faz com cada uma das cidades-sede, com suas prefeituras. Esse é ainda mais secreto, com uma série de ingerências que foram percebidas em cidades da África do Sul. Coisas que não estavam no protocolo geral e que a FIFA foi negociando com as cidades, numa espécie de terrorismo promovido pela entidade. A FIFA é um grande perigo e a relatoria espera que esses acordos paralelos não aconteçam com as cidades brasileiras”.

Fotos: Ramiro Furquim/Sul21



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Raquel Rolnik se reúne com Prefeito de Porto Alegre

A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à moradia adequada, Raquel Rolnik, passou o dia em audiências com autoridades e visitas a comunidades atingidas pelas obras da Copa de 2014.

Seu dia começou com um encontro com o prefeito José Fortunatti, onde reforçou a necessidade de que o planejamento urbano não seja feito na esteira de megaeventos como a Copa. Megaeventos desse tipo, conforme ela tem podido ver em seu trabalho para a ONU, submetem as necessidades dos moradores e usuários das cidades aos interesses corporativos e da especulação imobiliária. Não apenas não resolvem os problemas urbanos, expulsam os mais pobres dos centros das cidades e criam grandes oportunidades de lucro privado sobre áreas públicas; mas a "'desculpa destes eventos leva à criação de verdadeiros 'estados de exceção'" que se sobrepoõe a direitos como moradia adequada e reassentamento das famílias na mesma área.

Lideranças comunitárias que participaram da segunda metade da reunião ressaltaram a importância da mobilização popular para conseguir que a prefeitura as escutasse. O prefeito Fortunatti disse que os direitos das comunidades não seriam feridos e elas seriam consultadas e plenamente informadas em toda a duração do processo, mas não assumiu nenhum compromisso concreto.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Siga-nos no Twitter!

Agora o Comitê Popular da Copa Porto Alegre tem Twitter. Siga-nos! @comitepoppoa

Nesta QUINTA-FEIRA, às 18h30min: Seminário da relatora Raquel Rolnik na Câmara de Vereadores. Participe!

Alterações na agenda de Raquel Rolnik

Atenção: a agenda da visita de Raquel Rolnik foi alterada. Veja a nova agenda abaixo:

18 de agosto – Quinta-Feira


 Manhã:
- 09h00min: Audiência com o Prefeito José Fortunati e demais secretários convidados.
-10h30min: Visita as famílias já removidas para o condomínio Nova Vila Dique.
-12:00: Visita as comunidades da Vila Dique.
-13h30min: Almoço na Ocupação 20 de novembro, que será também removida pelas obras da copa.
-14h30min: Gravação de entrevista no programa do Pedro Ernesto na TVCom.
-15h00min: Audiência com o Governador Tarso Genro, demais secretários convidados e integrantes do Comitê.
-16h30min: Visita ao Assentamento Urbano Utopia e Luta.
-17h00min: Coletiva de Imprensa no Quilombo das Artes, que fica na comunidade Utopia e Luta. Av. Borges de Medeiros, 719.
-18h00min: Visita ao gabinete da Presidenta da Câmara – Sofia Cavedon.
-18h30min: Participação em Seminário promovido pelo Comitê Popular da Copa em parceria com a CUTHAB e a CEDECONDH no Plenário Otavio Rocha da Câmara Municipal de Porto Alegre.

19 de agosto, Sexta-feira

 Manhã:

-9:00h – Passagem pelas comunidades atingidas pela duplicação da Av. Moab. Caldas (Tronco) e PISA (Projeto Integrado Sócio Ambiental).

-12:00h – Almoço na casa de Nazaré, que fica na comunidade Nossa Senhora das Graças próximo ao arroio cavalhada, que será atingida pelo PISA.

Tarde:
- 15:00h – Visita ao Morro Santa Tereza e suas 6 vilas.

- 18:00h - Partida

A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à moradia adequada, Raquel Rolnik, virá a Porto Alegre nos próximos dias 18 e 19 de Agosto. Rolnik vem à convite do Comitê Popular da Copa para visitar comunidades atingidas pelas obras da Copa do Mundo de 2014 na Capital, a fim de averiguar casos de desrespeito aos direitos humanos e de moradia adequada destas populações. A relatora também irá visitar autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para conversar sobre os impactos do evento na cidade e participará de um seminário sobre o tema na Câmara de Vereadores.

Raquel Rolnik tem acompanhado os impactos das obras da Copa nas cidades-sede no Brasil e das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro . A relatora também visitou outros países que receberam os megaeventos, como a África do Sul, onde ocorreu a última Copa do Mundo. Em todos estes lugares, tem sido comum o desrespeito à moradia e aos direitos básicos da população, denúncias de exploração e de más condições de trabalho dos operários nas obras dos eventos e de superfaturamento, bem como a falta de fiscalização por parte do poder público.

Convidamos os colegas a acompanharem a visita da relatora a Porto Alegre. No dia 18, às 17h, Raquel Rolnik concederá uma entrevista coletiva no prédio Utopia e Luta (Avenida Borges de Medeiros, 719 – entrada subindo pela escadaria da Borges, centro de Porto Alegre) em que irá falar sobre suas impressões da visita à Capital gaúcha.

Quem é Raquel Rolnik
Urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada. Tem-se destacado nas denúncias e críticas aos impactos das obras da Copa do Mundo, principalmente em comunidades pobres das cidades-sede e nos caixas públicos.



Jornalista responsável: Katia Marko (DRT/RS 7969) - Fone: (51) 8191 7903

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Relatora da ONU visita comunidades atingidas pelas obras da Copa 2014 em Porto Alegre


A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à moradia adequada, Raquel Rolnik, virá a Porto Alegre nos próximos dias 18 e 19 de Agosto. Rolnik vem à convite do Comitê Popular da Copa para visitar comunidades atingidas pelas obras da Copa do Mundo de 2014 na Capital, a fim de averiguar casos de desrespeito aos direitos humanos e de moradia adequada destas populações. A relatora também irá visitar autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para conversar sobre os impactos do evento na cidade e participará de um seminário sobre o tema na Câmara de Vereadores (veja abaixo a agenda completa da visita).


Raquel Rolnik tem acompanhado os impactos das obras da Copa nas cidades-sede no Brasil e das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro . A relatora também visitou outros países que receberam os megaeventos, como a África do Sul, onde ocorreu a última Copa do Mundo.  Em todos estes lugares, tem sido comum o desrespeito à moradia e aos direitos básicos da população, denúncias de exploração e de más condições de trabalho dos operários nas obras dos eventos e de superfaturamento, bem como a falta de fiscalização por parte do poder público.

Convidamos os colegas a acompanharem a visita da relatora a Porto Alegre . No dia 18, às 17h30min, Raquel Rolnik concederá uma entrevista coletiva no prédio Utopia e Luta (Avenida Borges de Medeiros, 719 – entrada subindo pela escadaria da Borges, centro de Porto Alegre) em que irá falar sobre suas impressões da visita à Capital gaúcha.


Quem é Raquel Rolnik

Urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada. Tem-se destacado nas denúncias e críticas aos impactos das obras da Copa do Mundo, principalmente em comunidades pobres das cidades-sede e nos caixas públicos.

AGENDA DA VISITA DE RAQUEL ROLNIK A PORTO ALEGRE (RS)

Dia 18/08 – quinta-feira

9h às 12h
– Visita às comunidades do reassentamento da Vila Dique (Av. Bernardino Silveira Amorim, 1915) e das famílias que ainda estão na antiga Vila Dique (ao lado do Aeroporto Salgado Filho)

13h – Almoço na Ocupação 20 de Novembro (Av. Padre Cacique, 1345 - ao lado do Estádio Beira-Rio)

14h30min - Visita às comunidades dos bairros Cristal, Tronco e Divisa, atingidas pela duplicação da Avenida Tronco, bem como às comunidades do arroio cavalhada atingidas pelo PISA (Projeto Integrado Sócio Ambinetal)

16h - Audiência com o Prefeito José Fortunati (não confirmado) 

17h – Visita à comunidade Utopia e Luta (Avenida Borges de Medeiros, 719 – entrada subindo pela escadaria da Borges, centro de Porto Alegre )

17h30min – Coletiva de Imprensa no Quilombo das Artes, que fica na comunidade Utopia e Luta

18h30min – Seminário da Comissão de Urbanização Transporte e Habitação (CUTHAB) e Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Publica (CEDECONDH) da Câmara de Vereadores de Porto Alegre


Dia 19/08 – sexta-feira

Manhã – Audiências com os poderes Executivo e Judiciário do estado

13h – Visita às comunidades do Morro Santa Teresa

14h – Retorno à São Paulo

OBS.: Agenda sujeita a alterações conforme agenda das autoridades.


Jornalista responsável:
Katia Marko (DRT/RS 7969) - Fone: (51) 8191 7903

terça-feira, 9 de agosto de 2011

“Não podemos exigir que as construtoras construam os imóveis no carinho”, diz prefeitura de Porto Alegre

Em entrevista à Rádio Guaíba, o diretor-geral do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Humberto Goulart, replicou mais uma vez a desculpa esfarrapada das construtoras: de que o valor fixado pela Caixa Econômica Federal para o programa Minha Casa, Minha Vida às famílias na faixa de zero a três salários mínimos é muito baixo, diante das exigências do edital.

O diretor do Demhab ainda afirmou que o programa estaria ameaçado na cidade devido a isso. Em um passe de mágica, ele também disse que na lista do cadastramento da prefeitura estão 54 mil famílias nesta faixa aguardando moradia e que "Precisamos zerar a lista antes da Copa do Mundo de 2014” - ou seja, segundo Goulart a prefeitura precisa (? sem explicar o porquê da pressa ?) construir essas milhares de moradias em menos de TRÊS anos.

É importante ficarmos atentos pois parte das pessoas que serão removidas para as obras da Copa (como na duplicação da avenida Tronco, no bairro Cristal, zona Sul da cidade) devem ser inseridas no programa.

É uma pena também que o diretor não tenha falado sobre os atrasos nos reassentamentos e os seus problemas (como acontece na Vila Dique, veja AQUI o vídeo) e os problemas em geral da habitação popular pelo Minha Casa, Minha Vida em Porto Alegre como prédios e casas com defeitos, goteiras e infiltração, acabamentos tortos.

É uma pena também que a prefeitura não tenha citado se irá fazer investimentos em infraestrutura nos bairros em que está mandando as pessoas morarem pois a Restinga, um bairro bastante populoso da capital, já carece de mais e melhores transportes, expansão e qualificação da educação e da saúde. Como ficarão estes serviços com o aumento do número de moradores?



E aí, prefeitura de Porto Alegre?

Clique no " Mais informações" para ler a matéria da Rádio Guaíba


domingo, 7 de agosto de 2011

O Morro é Nosso

Vídeo mostra a Luta dos moradores do Morro Santa Teresa em Porto Alegre contra o Projeto de Lei 388/09 enviado à Assembleia Legislativa pela então governadora do RS, Yeda Crusis, que autorizava a venda da área onde vivem mais de 20 mil pessoas.
Com a vitória das comunidades, obtida com a derrubada do PL 388, os moradores se organizam para lutar pela regularização e urbanização das vilas em torno do Morro.


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Seminário O Morro é Nosso inicia debate sobre a urbanização do Morro Santa Teresa em POA

Moradores do morro, integrantes de movimentos e organizações sociais, estudantes e parlamentares encheram o auditório do SENGE/RS (Sindicato dos Engenheiros) em Porto Alegre para discutir um projeto popular de urbanização para o morro. Logo após as apresentações e boas vindas aos participantes, foi apresentado um vídeo feito pelo Comitê Popular da Copa 2014 na cidade, retratando com depoimentos das próprias lideranças, a história de luta contra o PL 388 (projeto de lei da governadora Yeda Crusius que previa a permuta da área da FASE – Fundação de Atendimento Socioeducativo, que ocupa boa parte do Morro Santa Teresa, cartão posta da Capital).


Nadia Pacheco, representante de uma das associações de moradores do morro, foi a primeira a falar na mesa de abertura do seminário. Ela falou um pouco mais sobre a luta da população e a rede de apoio que se formou com sindicatos, movimentos sociais e entidades, fundamental para a vitória. Nadia também ponderou que o decreto do governo Tarso, que reconhece a área para habitação popular. "O governo Tarso lançou um decreto sobre a área, mas queremos ter é a garantia nas mãos. Nossa luta não acabou! Continuamos nos reunindo. Não somos mais a Vila Gaúcha, União Santa Teresa etc. Somos uma coisa só. Embora saibamos que vá demandar tempo, queremos algo de concreto", afirmou.

Vinicius Galeazzi, do SENGE, deixou seu recado pelo Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa: "O movimento hoje é baseado no tripé descentralização da FASE, criação do parque e regularização e urbanização das comunidades". "Olhando para o futuro sim, mas junto da sua história. É assim que esperamos que o urbanismo ajude junto às comunidades do morro", afirmou o engenheiro.

O governo do estado, embora a organização do seminário tenha enviado convite às secretarias da Habitação, Meio Ambiente e Justiça, enviou como representante o diretor Regularização Fundiária da Sehadur (Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano), Eduardo Andreis. O diretor falou rapidamente, dizendo que o governo do RS está aberto ao diálogo e que, entre o final de Agosto/ início de Setembro o governo deve apresentar à população e ao movimento o que já tem de trabalho feito sobre o tema. Deixou o seminário assim que falou, sem escutar as reivindicações e dialogar com os presentes que estavam ali, principal objetivo de ter convidado o governo do RS ao evento.


A prefeitura de Porto Alegre também foi convidada para o seminário. O prefeito José Fortunati respondeu em ofício, afirmando que não poderia estar presente e que seria representado pelo secretário do Meio Ambiente, Luiz Fernando Zachia, que também não pôde comparecer.


As comunidades, o Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa e o Comitê Popular da Copa 2014 esperam que, durante o processo de debate, o governo estadual se sensibilize sobre a questão.

O seminário prossegue neste sábado de manhã cedo, com uma mesa de debate com professores, técnicos do setor e a comunidade sobre a urbanização das cidades.

Contamos com a participação de tod@s! Participe!



Fotos: Leandro Anton - Quilombo do Sopapo

CE: Moradores atingidos pelas obras da Copa dizem "não" ao governador do Ceará



O Governador do Ceará Cid Gomes foi à comunidade Aldaci Barbosa, no dia 02 de agosto de 2011, para tentar convencer os moradores a deixarem suas casas para viabilizar obras do Veículo Leve sob Trilhos (VLT), obra em favor da realização da Copa do Mundo de 2014 em Fortaleza.

Entretanto, membros da própria comunidade e parceiros protestaram contra a ação e o político e sua comitiva foram embora do local antes de concluírem a "visita".

Obras para a Copa e Olimpíada desapropiam ilegalmente moradores no Rio de Janeiro


CLIQUE AQUI para ver o vídeo

As realizações da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, certamente mudarão a vida de milhares de brasileiros. Para os grandes empresários e dirigentes que comandam o esporte no país, os dois eventos serão enormes fontes de renda e, claro, motivos de muita festa e comemoração.

Porém, essa não é e não será a realidade para boa parte da população. Inúmeras famílias cariocas já começaram a sofrer pelo descaso de quem coordena as obras na 'cidade maravilhosa'. E se você acha que os escândalos se localizam apenas em questões como superfaturamentos de estádios e praças esportivas, prepare-se para levar um choque.

O 'Histórias do Esporte', exibido na ESPN Brasil, neste sábado, trouxe grave denúncia de desapropriações desenfreadas de moradores no Rio de Janeiro, feitas longe do rigor da lei, por quem visa apenas o lucro.

Mais de 5 bilhões de reais serão aplicados pelo governo no transporte e nas vias expressas que cortarão a cidade. Neste orçamento (preliminar), parte do investimento está direcionado para a Trans-Oeste, que ligará a Barra da Tijuca às zonas mais afastadas, como o bairro de Campo Grande. E, no caminho de toda essa transformação, estão cidadãos de 'mãos-atadas', sendo atropelados pela poderosa máquina pública.

"O governo está construindo as vias, fazendo as reformas que eles julgam necessárias sem nenhum diálogo com a população e com a sociedade civil, sem apresentar os projetos e sem respeitar o direito de moradia das pessoas", acusa Clara Silveira, coordenadora geral do MNIM - RJ.

A justiça, no papel da defensoria pública, mudou de comportamento, e agora faz 'vistas grossas' aos movimentos que acabam com os direitos básicos do ser humano. Afinal, se não é para o povo, para quem é o esporte?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Copa do Mundo e Olimpíada: benefício para poucos


Fernando Vives - Carta Capital



A transformação do esporte em negócio e a lista de exigências feitas pelas federações internacionais para os países-sede de uma Copa do Mundo ou Olimpíada têm gerado lucros exorbitantes, mas somente para a Fifa, o COI e seus patrocinadores. Para as nações, quase nada sobra. É o que afirma o geógrafo Christopher Gaffney, texano radicado no Rio de Janeiro e professor visitante da pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense.

Gaffney tem uma história das mais curiosas. Jogador de futebol semiprofissional, percorreu o mundo com suas chuteiras e tornou-se o maior craque de Taiwan em 1997. Quando se aposentou, perambulou por Buenos Aires e Rio de Janeiro, onde estudou a importância cultural dos estádios nessas cidades, que rendeu o livro Temples of the Earthbound Gods (algo como Templos dos Deuses Ligados à Terra), ainda não editado em português. No Rio, virou vascaíno roxo e especialista em impactos urbanos provocados por grandes eventos. Nesta entrevista, diz o que espera das mudanças previstas para a cidade depois da Copa 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Porto Alegre também terá manifestação contra Ricardo Teixeira

Sul 21

Depois do protesto de torcedores contra Ricardo Teixeira durante o sorteio das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, sábado (30) no Rio de Janeiro, Porto Alegre também terá sua manifestação contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Inspirados nas manifestações ocorridas no Rio e em São Paulo, jovens gaúchos convocam pela internet um ato para a próxima sexta-feira.

A concentração será na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, ao meio-dia da próxima sexta. Convocado via Facebook, o protesto já contava com a confirmação de quase 500 pessoas até a manhã desta segunda. O autor do convite na rede social é o estudante de jornalismo Rodolfo Mohr, coordenador do DCE da UFRGS. A ideia de convocar um protesto contra Ricardo Teixeira surgiu após o sucesso, na internet, das manifestações contrárias ao presidente da CBF.

Desde que a revista Piauí publicou um perfil de Teixeira, no qual o cartola demonstra desprezo com as denúncias de corrupção e afirma que poderá fazer a “maldade” que quiser na Copa de 2014, a internet vive uma onda de gritaria contra o dirigente. O site www.foraricardoteieira.com.br contabiliza mais de 106 mil menções à palavra-chave #foraricardoteixeira no Twitter. Teixeira, como se sabe, ainda não caiu.

Leia mais:
– Ex-árbitro de Copa do Mundo, Renato Marsiglia adere ao Fora Teixeira
- Torcedores protestam no RJ em dia de primeiro evento da Copa